Os sites de Mídias Sociais são a praça pública de hoje?

Sem dúvida. É onde as pessoas recebem as suas notícias, onde encontram amigos antigos e novos, e é onde debatem, deliberam e organizam as suas políticas.

Este é um grande problema porque estas Novas Praças Públicas são na verdade espaços privados. Elas não seguem os mesmos princípios de liberdade de expressão e liberdade de associação que operam numa verdadeira praça pública.

Em vez disso, os termos de associação e as regras do discurso são opacas. Tais regras são aplicadas de forma esporádica e inconsistente. Elas podem ser alteradas por capricho de um executivo do Vale do Silício, por qualquer razão que essa pessoa entenda conveniente. Isto pode incluir preocupações comerciais que são antitéticas aos princípios da liberdade de expressão e do discurso justo. Certas palavras, posts, indivíduos e grupos podem ser seletivamente proibidos, para que a mídia social possa ter acesso a grandes mercados em regimes autoritários como a China e a Turquia.

A ascensão das plataformas de mídia social como praças públicas modernas é lamentável, porque versões anteriores do discurso da internet eram genuinamente públicas e abertas a todos em igualdade de condições... desde que você tivesse uma conexão com a internet, que não era de forma alguma de todos. Tecnologias como RSS permitiam formas de transmissão e publicação em massa semelhantes aos feeds de notícias e linhas de tempo do Facebook. Como um "padrão" descentralizado em vez de uma plataforma, o RSS nunca poderia ser monetizado ou fechado. É uma pena que tenha caído em desgraça, substituída pelos silos das redes sociais. Tecnologias de microblogging como o Mastodon procuram emular essa abordagem descentralizada e distribuída.