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Quando Portugal teve a Inquisição, será que muitos judeus portugueses se esconderam na imensidão do Brasil?

De facto, várias pessoas de ascendência judaica portuguesa/espanhola esconderam-se na imensidão do Brasil. É preciso notar, porém, que na época do estabelecimento dos primeiros assentamentos permanentes portugueses no Brasil, esse povo já estava na segunda ou terceira geração, após a conversão forçada ao cristianismo.

Por 1492, a coroa espanhola, após um século de crescentes medidas de perseguição contra os judeus, finalmente decidiu dar aos judeus não convertidos uma escolha crucial:

1) Deixar

2) Converter-se

3) Ser assassinado

Nessa época, a coroa portuguesa ainda mantinha sua política de tolerância para com o judaísmo. Como consequência, muitos judeus espanhóis converteram-se e vários outros fugiram, principalmente para Portugal, que estava mesmo ao lado e tinha uma língua e cultura semelhantes, bem como comunidades judaicas profundamente enraizadas, onde facilmente se podiam estabelecer.

No entanto, em 1496, a coroa portuguesa mudou de ideias e decidiu converter à força todos os judeus, tal como a Espanha fez. No entanto, em vez de dar aos judeus a oportunidade de partir, a coroa portuguesa, ao contrário das suas congéneres espanholas, tentou por todos os meios forçar os judeus a permanecerem em Portugal como Novos-Chirstianos. Além disso, ao contrário da Espanha, a coroa portuguesa teve atitudes mais brandas em relação aos seus neocristãos e a Inquisição portuguesa só foi implementada em 1536 (A espanhola começou em 1478).

Assim, os neocristãos portugueses tiveram mais tempo para a transição do judaísmo para a cristandade. A descendência dos convertidos forçados portugueses e espanhóis tinha atitudes diferentes em relação à Igreja Católica Romana.

Por um lado, alguns abraçaram plenamente os princípios da sua nova religião e tentaram provar que eram os mais sinceros dos católicos, tornando-se membros do clero e alguns até juntando-se a congregações religiosas piedosas como a Companhia de Jesus (Jesuítas), a Ordem Dominicana, a Ordem Franciscana, etc...

Por outro lado, alguns conseguiram manter, pelo menos em parte, a observância da religião judaica, muitas vezes de forma muito imperfeita, já que quase não tinham acesso a textos religiosos judaicos.

Na época em que o Brasil estava estabelecido para ser permanentemente colonizado pelos portugueses, muitos neocristãos arriscaram e entraram, pois o Brasil estava mais distante da Inquisição (embora a Inquisição portuguesa tenha chegado ao Brasil no século XVII e condenado dezenas de neocristãos que viviam em território brasileiro.

Não obstante, deve-se levar em conta que a maioria dos neocristãos no Brasil foi plenamente assimilada em alguns séculos, ao contrário do que aconteceu em Portugal (como Belmonte) e na Espanha (como as xuetas das Ilhas Baleares), onde as comunidades neocristãos isoladas conseguiram manter sua identidade e religião disfarçada até o século XXI. No Brasil, um fenômeno semelhante ao que aconteceu apenas em algumas cidades remotas das regiões semidesérticas do Nordeste do Brasil. Há um bom documentário "Estrela Oculta do Sertão" (não sei se está disponível com legendas em inglês), que retrata essas comunidades.

Em suma, embora um punhado de comunidades não-cristãs isoladas no Nordeste do Brasil tenha conseguido manter algum grau de identidade judaica e práticas religiosas até o presente, a grande tendência foi a assimilação dos não-cristãos às elites tradicionais brasileiras/portuguesas.

Eu tenho alguns exemplos disso em minha própria Família-Três. Encontrei alguns ramos de neocristãos que migraram para o Brasil no final do século XVI, que se assimilaram prontamente às elites locais, como a Família Bicudo, a Família Vaz de Barros e os rumores de que a metade neocristã de Fernão Dias Paes Leme (seu filho tentou entrar na Ordem de Cristo e teve a entrada recusada por ter uma avó materna que era supostamente neocristã).

Estes ramos da família dos Novos Cristãos tinham descendência enorme e deixaram várias dezenas de milhares de descendentes no Brasil, totalmente assimilados pelas elites brasileiras/Portuguesas.

De Bordy

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